sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Confusão na Lei Seca leva magistrado a dar voz de prisão a servidora por desacato


Lei Seca
Lei Seca é uma blitz diária que os motoristas do Rio enfrentam
Juiz de Direito da 1ª Vara de Búzios, no interior do Estado, João Carlos de Souza Correa deu voz de prisão, na madrugada desta segunda-feira, a uma agente de trânsito que trabalhava na Operação Lei Seca, na Lagoa (Zona Sul do Rio). O magistrado dirigia um Land Rover preto e afirmou ter sido desacatado pela agente Luciana Tamburini ao ser parado na blitz. O juiz passou no teste do bafômetro, mas não portava a Carteira Nacional de Habilitação e o veículo estava desemplacado. A funcionária constatou, na nota fiscal do veículo, que o prazo para o emplacamento já estava vencido e ordenou que o carro fosse rebocado.
Irredutível, a agente Tamburini não aceitou a explicação do magistrado. Ele alegou desconhecer o prazo de 15 dias para o emplacamento e deu voz de prisão à agente quando ela questionou o fato de um juiz “desconhecer a lei”. Policiais que trabalhavam na Operação, Tamburini e o magistrado foram para a 14ª DP, no Leblon.
Na delegacia, o juiz disse que não se negou a fazer o teste e provar que não havia ingerido bebida alcóolica e que apresentou a sua documentação e a do veículo sem dificuldade. A agente, por sua vez, considerou a prisão foi ilegal, pois estaria no exercício de sua função. O caso foi registrado como desacato na DP e Tamburini liberada em seguida. O carro do juiz, após o registro, levado para o depósito público, foi liberado na manhã desta segunda-feira após a regularização dos documentos.
‘Arrogante e autoritária’
Segundo o sociólogo Sergio Nogueira Lopes, que conhece pessoalmente o juiz Souza Correa e elogia a atuação do magistrado em Búzios, onde mantém uma propriedade, “a Lei Seca é um problema. Além de ilegal é arrogante e autoritária”.
– Tem a exclusiva finalidade de arrancar algum dinheiro dos motoristas em forma de multas. A abordagem é sempre hostil. Além disso, esse tipo de blitz tem por propósito constranger celebridades e autoridades para ridicularizá-las na midia e assim saciar o desejo mórbido desta parte hipócrita e revanchista de nossa sociedade. Foi um desrepeito flagrante ao juiz João Carlos Correa, pessoa de bem e no uso de seus direitos de Magistrado. É deplorável essa situação – protestou.

Fonte:  Correio do Brasil

Leia a Biblia
(Salmos 147:11) - O SENHOR se agrada dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia.


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