domingo, 12 de junho de 2011

Detentos vão trabalhar em obras do Maracanã e do Arco Metropolitano


Detentos vão trabalhar em obras do Maracanã e do Arco Metropolitano

Convênio com a Cedae, para utilização da mão de obra de presos, foi renovado pelo Estado
O governador Sérgio Cabral assinou, nesta sexta-feira (10), a renovação do convênio com a Cedae para a utilização de mão de obra e qualificação de detentos. Durante o evento, o vice-governador se secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, anunciou que será utilizada mão de obra proveniente do sistema prisional nas obras do Maracanã e do Arco Metropolitano.
Na plateia da cerimônia, que aconteceu no Palácio Guanabara, estavam presentes detentos que participam do programa. Atualmente, 400 presos trabalham na confecção de uniformes, em serviços de conservação e limpeza e no replantio de matas ciliares de rios do estado. Desde 2007, já passaram cerca de dois mil presos dos regimes aberto e semi-aberto pelo processo de qualificação e ingresso no mercado de trabalho. De acordo com Pezão, obras públicas devem ser utilizadas para dar oportunidades, como no caso do Maracanã e do Arco Metropolitano.
- Esse momento que o Rio de Janeiro vive, com obras, conquistas, com esse calendário de eventos, tem que ser aproveitado. Às vezes, os governantes até têm vontade de fazer, mas a economia não está bem e mal há empregos para as pessoas que estão fora do sistema prisional. Mas o Rio vive um momento diferente, especial, crescemos a taxas extraordinárias e temos que compartilhar e ajudar – disse o vice-governador.
Em um discurso emocionado, um dos participantes do programa de ressocialização, o ex-detento e atual funcionário da Cedae Luis Marques Júnior, contou a sua trajetória de sucesso.
- Estava no cárcere quando soube do convênio e me inscrevi pra participar. Comecei a trabalhar e fui sendo integrado de volta à sociedade. Nessa época, a Cedae abriu um concurso e havia vagas para a função que eu desempenhava. Fui muito apoiado por todos os meus colegas, estudei e passei. Sou uma prova viva de que o ser humano pode mudar – disse Russo, como é conhecido por seus colegas.
A cada três dias de trabalho, os detentos têm um dia de suas penas reduzidas. O governador Sérgio Cabral ressaltou a importância econômica de ações como esta.
- É uma felicidade ver um gesto do governo permitir a oportunidade para centenas de pessoas. Mas é um desafio para a sociedade, para os empregadores, empresas privadas e para o poder público. Com o exemplo da Cedae, a gente prova que o serviço melhorou, houve economia de recursos e, ao mesmo tempo, as pessoas tiveram oportunidade.
Nós temos dados que indicam que cerca de 4 mil apenados poderiam estar trabalhando em algum setor produtivo. Atualmente são 1.700, mas podemos ter mais. O próprio Estado pode cumprir isso, em suas obras, como também o setor privado. É um exemplo muito bom e eu saio daqui realmente feliz – disse o governador.
O presidente da Cedae, Wagner Victer, destacou a quebra do preconceito como um dos principais resultados do programa.
- Essas pessoas que trabalham fazendo uniformes, na limpeza e em funções ambientais contribuem não só para suas ressocializações, mas também para a redução da criminalidade, já que quem participa do projeto não volta para o crime. É muito bom ver nos rostos dos familiares deles o olhar de felicidade – comemorou Victer.
Além da Secretaria de Administração Penitenciária (Fundação Santa Cabrini), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o Ministério Público Estadual, a Secretaria do Ambiente, o RIOSOLIDARIO e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro são parceiros do projeto de ressocialização.

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