quinta-feira, 2 de junho de 2011

BRT e monotrilho não são prioridades para a Copa 2014 em Manaus

Nesta terça (31), em Brasília, Omar Aziz e Amazonino Mendes disseram que prioridade para a Copa do Mundo são estádios, portos e aeroportos

Brasília, 01 de Junho de 2011

ANTÔNIO PAULO

Uma das exigências feitas por Amazonino a Omar Aziz: que o projeto monotrilho tenha capacidade de transportar, na hora do pico, no mínimo 28 mil passageiros/hora
Uma das exigências feitas por Amazonino a Omar Aziz: que o projeto monotrilho tenha capacidade de transportar, na hora do pico, no mínimo 28 mil passageiros/hora (Bruno Kelly - 03/05/2011 )
Manaus não terá monotrilho nem BTR (Bus Transit Rapid) para a Copa do Mundo de 2014. A informação foi dada nesta terça-feira (31) pelo governador do Amazonas, Omar Aziz, e pelo prefeito Amazonino Mendes, após saírem da reunião com a presidente Dilma Rousseff, com os prefeitos das capitais e governadores do Estados-sedes da Copa de 2014.
Apesar de o prefeito de Manaus ter cedido e prometido não mais fazer críticas a respeito da construção do monotrilho - sob a responsabilidade do Governo do Estado, que vai se integrar ao BTR no projeto de mobilidade urbana da capital -, ele e Aziz chegaram a outro consenso: o sistema monotrilho-BRT não é prioridade para a Copa do Mundo, em Manaus, já que as exigências da Fifa são estádios, portos e aeroportos.
“Não temos que pensar na mobilidade urbana só para a Copa, mas para os próximos 20 ou 30 anos”, informou o governador.
O convencimento do prefeito sobre a construção do sistema ocorreu após uma recente conversa com Omar Aziz, que garantiu aprimorar o monotrilho. O governo vai trazer técnicos ingleses para uma revisão do projeto, o que, para Amazonino Mendes, imprime confiabilidade.
“Disse ao governador que para mim não haveria nenhum empecilho (a construção do monotrilho), pelo contrário, fico feliz. Pedi apenas que o projeto revisado seja exibido à Prefeitura de Manaus para que os técnicos examinem e ver se condiz com as necessidades”, declarou nesta terça (31) o prefeito de Manaus ao sair da reunião com a presidente Dilma Rousseff, os prefeitos das capitais e governadores do Estados-sedes da Copa de 2014.
Para aceitar a execução da obra, que, segundo a matriz de responsabilidade do PAC Copa custará R$ 800 milhões, vindos da Caixa Econômica Federal – sendo R$ 600 milhões do monotrilho e R$ 200 milhões do BRT – e deixar de reclamações o prefeito Amazonino Mendes fez exigências ao governador Omar Aziz: o projeto monotrilho tem que ter capacidade de transportar, na hora do pico, no mínimo 28 mil passageiros/hora; o Governo do Estado deverá encaminhar um projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) dando conta de que, na hipótese de haver subsídio de tarifa, o Estado vai arcar com a responsabilidade.
“Feito isso, outros detalhes menores, mais simples de serem removidos, como o comportamento dos alimentadores, o encontro dos dois sistemas BRT-VLT (o mesmo que monotrilho) os nossos técnicos vão ajustar naturalmente”, declarou o prefeito de Manaus.
Questionado se estava mais calmo e menos crítico com essa decisão entre Governo e Prefeitura de Manaus, Amazonino respondeu: “Não vejo mais por que eu tecer críticas porque as coisas estão conformadas com esse novo reexame técnico, segundo a palavra do governador, desde que mostre a capacidade técnica de 28 mil passageiros/hora”.
Amazonas cobra recursos
Ao dar indicações de que o sistema monotrilho-BRT não estará pronto até a Copa do Mundo de 2014, alegando que os pontos essenciais destacados pela presidente Dilma para o evento esportivo são: estádios, portos, aeroportos e a rede hoteleira, o governador Omar Aziz disse ter cobrado do Governo Federal a liberação de recursos para as obras e citou o BNDES a respeito da Arena da Amazônia.
“Na reunião, tratei das dificuldades por que passa o Estado do Amazonas. Entregamos o projeto do estádio em março do ano passado, conseguimos afinar com o BNDES dia 30 de dezembro de 2010 e até agora não houve liberação de recursos para a Arena”, contou o governador.
O valor do estádio está orçado em R$ 400 milhões, mas até agora foram liberados somente R$ 6 milhões para o projeto executivo. Omar também reclamou do atraso das obras do aeroporto Eduardo Gomes.
Com o processo de licitação iniciado, a previsão é que as obras iniciem em janeiro de 2012 e concluam em dezembro de 2013. Serão destinados R$ 415 milhões.
Ao Porto de Manaus estão previstos R$ 89,9 milhões, da Secretaria Especial de Portos (SEP), mas os recursos somente serão repassados depois que a unidade portuária for entregue ao Ministério dos Transportes. Hoje está arrendado à iniciativa privada.
Reunião trimestral
Na reunião realizada nesta terça-feira (31) entre Dilma Rousseff, governadores e prefeitos das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, ficou decidido que a presidente da República irá coordenar, a cada três meses, uma reunião com todos os envolvidos para a realização da Copa.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, revelou a constatação de que é necessário acelerar mais os preparativos e, para tanto, é importante que todos os entes federativos atuem em conjunto.

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