domingo, 27 de março de 2011

Marcha lenta na recuperação de estradas do Rio


Enquanto Japão reformou em seis dias vias destruídas, Rio tem trechos de estradas interditados pela chuva desde o ano passado

POR BEATRIZ SALOMÃO
Rio - Seis dias foram o tempo necessário para o Japão reconstruir uma estrada devastada pelo terremoto. Do outro lado do mundo, no Rio de Janeiro, a capacidade de recuperação é travada pela burocracia, que retarda as obras e a transformação do cenário.
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Rodovia BR-495 tem trecho interditado desde janeiro: passa um carro por vez pelo sistema ‘pare e siga’ | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Dois meses e meio após as chuvas na Região Serrana, pelo menos cinco rodovias da área estão com trechos interditados pelos deslizamentos. Na BR-101, no trecho Rio-Santos, ainda é possível ver áreas atingidas por quedas de barreiras que ocorreram em janeiro de 2010. Os reparos só começarão este ano, segundo o Dnit.

Afetado pelo terremoto no dia 14, o Japão deixou como um ‘tapete’ a autoestrada Great Kanto, na cidade de Naka. Na Serra, a tempestade começou dia 11, mas, em vias como a RJ-116 (Friburgo-Bom Jardim), motoristas ainda enfrentam o esquema ‘pare e siga’, nos KMs 91 e 92, e demoram o triplo do tempo para atravessar.

Abaixo, veja a estrada japonesa antes e depois da reconstrução.

PONTE PROVISÓRIA

A ponte sobre o Rio Grande, em Bom Jardim, desmoronou com a força das águas e, no fim de janeiro, o Exército instalou uma metálica provisória. A estrutura não suporta, porém, o fluxo dos automóveis e só é permitido um carro por vez.

De acordo com a Rota 116, que administra a rodovia, nova ponte deve ser inaugurada em cinco meses. Já as obras para reparo dependem de negociação com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para acertar o repasse de verbas.

A funcionária pública Edna Consolini, 34 anos, passa pelo menos seis horas por dia na estrada. Moradora de Friburgo, ela trabalha em Cordeiro e pensa em se mudar para a cidade por causa do trânsito. “Já fiquei quase duas horas esperando para atravessas a ponte. É absurdo e não vejo movimentação de obras. Tive que sair de um curso devido ao tempo perdido no trânsito”, reclama.

Situação semelhante enfrenta quem passa pela BR-495 (Petrópolis-Teresópolis), que tem três pontos no esquema pare e siga. A rodovia federal é mais um exemplo da morosidade do poder público. Segundo o Dnit, o prazo para conclusão da obra, orçada em R$ 15 milhões, é de seis meses.

As outras estradas da Região Serrana que necessitam de reparos são a RJ-130 (Friburgo-Teresópolis), RJ-150 (Amparo-Friburgo), RJ-142 (Lumiar-Casemiro de Abreu).

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