domingo, 3 de junho de 2012

Nova estrada potencializa ecoturismo em Mauá

Pesquisa mostra que, com acesso facilitado, 97% dos visitantes querem voltar outras vezes

VISCONDE DE MAUÁ – Cinco meses depois da inauguração da pavimentação da Estrada-Parque Capelinha-Mauá, a região de Visconde de Mauá, no Sul do estado, experimenta uma crescente presença de turistas, especialmente nos fins de semana e feriados, devido à maior facilidade de acesso ao lugar, que inclui ainda as vilas de Maromba e Maringá. A distância hoje pode ser percorrida em menos de uma hora, faça sol ou chuva. Com isso, quase 100% dos visitantes manifestam desejo de voltar, ao contrário de quando o motorista levava, às vezes, horas para percorrer os 16 quilômetros desse trecho da RJ-163.

Mas, se o turismo dinamiza a economia local, as características da estrada e da própria região, situada numa área de preservação ambiental, necessitam de um tratamento especial, segundo o subsecretário de Urbanismo, Vicente Loureiro. O Governo do Estado, que investiu R$ 48 milhões nas obras de pavimentação e sinalização viária, decidiu controlar o fluxo de veículos e de pessoas pela estrada.

– Nem adianta tentar preparar porque a região não tem capacidade. É uma área propícia ao relaxamento e ao sossego. Visconde de Mauá é igual a Fernando de Noronha, Ilha Grande, Bonito, que são locais muito sensíveis, que têm um limite máximo de suporte. Por isso, o acesso tem de ser controlado – disse Loureiro.

Preservar este espírito de harmonia com a natureza também é o que pensa Maria Emília Guinle, 27 anos, dona da Fazenda São João do Vale da Grama, onde tem uma equipe de enduro equestre. Ela exaltou os benefícios do asfaltamento da estrada, mas alertou para o risco da perda do foco da região.

- Visconde Mauá são suas serras, vegetação, paz e sossego. Que venham mais e mais visitantes, mas focados nessa adoração pela natureza – afirmou Maria Emília.

Velocidade máxima limitada em 40km/h

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), responsável pela estrada, proibiu em portaria a circulação de ônibus de turismo de grande porte e de caminhões com peso acima de 16 toneladas. A velocidade também é limitada a, no máximo, 40 km/h, inclusive para automóveis de passeio. O órgão tem fiscalizado e orientado os motoristas sobre as regras, multando quem insiste em desobedecer às proibições. No entanto, o DER deverá fazer alguns ajustes nas normas para permitir o tráfego em determinados dias e horários de caminhões de qualquer tamanho, como os usados para transporte de leite até as cooperativas, bombonas de gás para hotéis, pousadas e restaurantes e de combustível para postos de gasolina. Esses veículos serão identificados e cadastrados pelo DER.

Um pórtico também será construído ainda este ano no ponto inicial da subida para Visconde de Mauá para regular o uso da via. O proprietário da Pousada do Mel, Fernando da Costa Guimarães, 64 anos, disse que o portal é uma reivindicação da comunidade.

– Queremos um turismo controlado, como funciona em Bonito (cidade ecológica de Mato Grosso do Sul). A preservação de nossos rios, cachoeiras, fauna e flora é fundamental para o sucesso da região. As pessoas vêm aqui em busca de natureza e de ar e água puros – disse Guimarães.

Previsão é de ocupação plena para o inverno

O diretor de Comunicação da Mauatur (Associação de Comerciantes e moradores da Região de Visconde de Mauá), Julio Buschinelli, 66 anos, que também é dono de restaurante, disse que a perspectiva é de ocupação plena da rede hoteleira no inverno deste ano, a alta temporada da região que tem mais de 130 pousadas e hotéis e cerca de 100 restaurantes e cantinas.

– No passado, turistas que, depois de muita dificuldade conseguiam chegar aqui, diziam que nunca mais voltariam. Agora, com a pavimentação da estrada, uma pesquisa que acabamos de fazer mostrou que 97% das pessoas querem voltar outras vezes – afirmou Buschinelli.

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