quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ESTRADA MAUÁ-MARINGÁ GANHA ASFALTO-BORRACHA

Após prêmio, pavimentação ecológica começa a ser aplicada em fevereiro


A malha rodoviária estadual vai ganhar mais um estrada pavimentada com asfalto-borracha. Depois da pioneira RJ-122 (Guapimirim-Cachoeiras de Macacu), a próxima beneficiada será a RJ-151, entre os distritos de Visconde de Mauá, em Resende, e Maringá, em Itatiaia, na Região do Médio Paraíba, numa extensão de cinco quilômetros. As obras começam no início do próximo mês, e serão executadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão vinculado à Secretaria de Obras.

Orçada em cerca de R$ 11 milhões, a obra, inserida no Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), inclui drenagem, pavimentação, contenção de encostas e sinalização viária. A conclusão está prevista para o segundo semestre deste ano. O DER deverá asfaltar em outra etapa, por meio de administração direta, o trecho entre Visconde de Mauá e a Ponte dos Cachorros.

O projeto faz parte do plano de dinamização do turismo, fortalecimento da economia e mobilidade da população da região, iniciado com a pavimentação do trecho da RJ-163 entre Capelinha e Visconde de Mauá, entregue em dezembro de 2011. Segundo o subsecretário de Projetos e Urbanismo, Vicente Loureiro, a pavimentação da estrada de Maringá a Maromba, de pouco mais de três quilômetros – outra localidade de grande atração do turismo ecológico – completará o plano, mas será feita em outra etapa a ser ainda licitada.

O afluxo de turistas à região cresceu muito depois da inauguração do asfalto entre Capelinha e Visconde de Mauá. Por cortar o Parque Estadual da Pedra Selada, a estrada-parque poderá ter o fluxo de veículos disciplinado pela Secretaria do Ambiente, a quem cabe a responsabilidade pela administração da unidade de conservação. 

– Esta região é dotada de uma natureza exuberante. Por isso, precisamos nos cercar de muito cuidado e disciplinar seu uso para que não sofra o impacto negativo de uma visitação desordenada – afirmou Loureiro.

As obras que criaram a primeira estrada-parque no estado consistiram de drenagem, pavimentação, contenção de encostas e sinalização viária, facilitando o acesso a Mauá. Ao todo foram recuperados 18 quilômetros da rodovia, em um investimento dos governos federal e estadual no valor de R$ 48 milhões. Especialistas estudaram antes os cursos d´água, as estruturas de drenagem, as pequenas fontes e a topografia, com a finalidade de garantir a preservação da natureza.

Pavimentação ecológica

Em outubro de 2007, o governador Sérgio Cabral assinou o Decreto 40.979, definindo o conceito de estradas-parque no Estado do Rio e autorizando a pavimentação – segundo conceitos ecológicos – de rodovias em unidades de conservação. Para ser pavimentada, determinada estrada-parque terá de obter licença ambiental do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e obedecer a uma série de critérios em respeito à conservação do ecossistema da região.

O presidente do DER, Henrique Ribeiro, disse que o uso do asfalto-borracha tem outras vantagens: o material possui alta viscosidade com mais 50% de aderência, o que representa redução de acidentes, e diminuição de 40% do ruído e dos custos, em relação ao asfalto tradicional, além de maior durabilidade, numa média de 20 anos. O produto é processado por uma Usina de Fabricação de Asfalto Borracha, instalada pelo DER no próprio canteiro de obra.

– Logo depois da RJ-151, haverá outras estradas que permitem o uso desta tecnologia, como as RJ-145 e RJ-125. Não posso sair aplicando o asfalto-borracha em qualquer lugar, somente em estradas que comportem o uso dele. Mas, o bom resultado é comprovado, como o prêmio mundial que acabamos de ganhar pela RJ-122 – explicou Ribeiro.

O DER recebeu no último dia 15, em Washington, o Prêmio Mundial de Melhor Obra na categoria Engenharia Sustentável da Federação Internacional de Rodovias (International Road Federation, na sigla em inglês).

– O prêmio da IRF levou em conta que, após os testes de certificação de qualidade, foi verificado que o DER superou todos os limites de qualidade das normas americanas até então conhecidos, utilizando métodos de construção criativos e inovadores na RJ-122 – disse o diretor de Obras e Conservação do DER, Ângelo Monteiro. 
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