sábado, 21 de abril de 2012

Arco Metropolitano descobre novos sítios arqueológicos

Com 46% de obras prontas, o projeto avança sem prejuízo para a natureza

As obras do Arco Metropolitano a cargo do Governo do Estado, entre Duque de Caxias e Itaguaí, com 70,9 quilômetros de extensão, já estão 46% concluídas. Mas, apesar do ritmo intenso, as máquinas e operários, às vezes, param temporariamente em alguns lugares por conta da descoberta de um novo sítio arqueológico. Nas últimas duas semanas, foram encontrados mais quatro, totalizando 62 sítios até agora.

Deste total, 58 já receberam o registro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e quatro estão sendo analisados por antropólogos e técnicos do Instituto de Arqueologia Brasileira, em Belford Roxo. Caso tenham interesse arqueológico serão preservados e registrados no Iphan. Até começar as obras do Arco, havia na Baixada apenas sete sítios conhecidos e registrados.

Foram localizados sítios arqueológicos nos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí. A coordenadora de Planejamento Urbano Metropolitano da Secretaria de Obras, Carmen Lúcia Petraglia, disse que a previsão é de serem feitas novas descobertas até o fim das obras em dezembro de 2013.

– Ainda existem áreas não desapropriadas e com cobertura vegetal que serão escavadas para passar a estrada. Os sítios arqueológicos representam a raiz genética e cultural do povo da Baixada. São os primeiros registros da ocupação da região e comprovam que lá viveram índios, escravos e europeus – afirmou a coordenadora.

Responsável pelo salvamento (identificação, catalogação e retirada de material para sua preservação) e monitoramento arqueológico dos sítios do Arco, o IAB já recolheu 50 mil peças inteiras ou fragmentadas no trajeto e nas cercanias da futura rodovia, entre elas cachimbos africanos, louças européias dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, sambaquis, louças chinesas e urnas funerárias da cultura tupi-guarani. O mais antigo sítio encontrado, segundo a coordenadora, é um sambaqui de Duque de Caxias, com mais de dois mil anos de existência.

O IAB construiu um anexo em sua sede só para abrigar o acervo encontrado no trajeto. Com parte das peças constituiu uma exposição itinerante que já foi vista por mais de nove mil pessoas em escolas, outras instituições e eventos em todo o Grande Rio.

A identificação e preservação do patrimônio arqueológico e de espécies da fauna e da flora fazem parte do licenciamento ambiental concedido ao Governo do Estado para a construção do Arco. Um dos casos mais famosos foi a descoberta em Seropédica de uma tipo de perereca que está em processo de extinção. Um viaduto será construído para preservar seu habitat.

O Arco, que vai ligar o Comperj, em Itaboraí, ao pólo siderúrgico da Zona Oeste do Rio e ao Porto de Itaguaí, numa extensão de 145 quilômetros, é uma rodovia estratégica para o desenvolvimento do estado. A Secretaria de Obras já contabiliza 37 pedidos de empresas para instalação ao longo da rodovia, numa prova da importância de sua logística.

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