A professora e moradora de Vassouras, Fabíola Assed, passou por
momentos de tensão e pânico na última sexta-feira (3), ao ser vítima de
um ataque de bandidos enquanto dirigia pelo Arco Metropolitano – rodovia
que liga Duque de Caxias ao porto de Itaguaí.
Ela estava acompanhada do marido e seguia para Cabo Frio, Região dos
Lagos, quando teve o caminho bloqueado por cerca de 10 homens fortemente
armados. Por sorte, ela e o marido não se feriram, mas o que ficou foi o
medo e a sensação de insegurança.
– Eu sempre ouvia histórias sobre ataques naquela região, já havia
passado por lá outras vezes, mas a gente nunca acha que vai acontecer
conosco.
Pensava até que as pessoas exageravam. E nesse dia, estávamos eu e
meu marido, por volta das 16h, 17h, numa viagem tranquila quando de
repente, do meio do mato, saíram cerca de oito, 10 homens, fortemente
armados e pararam na frente do carro. Eu lembro só do meu marido
dizendo: “Acelera Fabíola, não para, acelera”.
Eu abaixei a cabeça e mantive a mão firme no volante e acelerei, sem
saber em que direção estava indo e os bandidos atirando. Não sei nem
como passei por eles – contou a professora que teve o carro, um Fiat
Linea, atingido por pelo menos dois tiros, um deles atingindo a placa e o
outro o pneu dianteiro.
Por causa do tiro que atingiu o pneu da frente, Fabíola e o marido
foram obrigados a parar um pouco mais à frente para poder trocá-lo. O
que aumentou ainda mais o medo de serem atacados pelos criminosos.
– Conseguimos seguir por mais ou menos um quilômetro, mas como um dos
tiros atingiu o pneu da frente, e eu continuei acelerando, ele se
esfacelou, chegando ao aro. O carro não respondia mais aos meus comandos
e fomos obrigados a parar para trocar. Queríamos trocar logo porque
tínhamos medo daqueles bandidos nos alcançarem. Quando parei olhei todo o
meu corpo para ver se não tinha sido atingida por algum tiro. Nós até
pedimos ajuda, mas ninguém parou, só depois, quando já estávamos
trocando que um senhor nos ajudou e ligou para o 190 da Polícia Militar,
que enviou uma viatura até onde estávamos. Não acho que foi por
maldade, o brasileiro é solidário, mas o medo causa isso – comentou se
referindo a não ter tido sucesso de imediato ao pedir ajuda.
Fabíola disse que no momento em que viu aqueles homens na estrada não
deu tempo para pensar em muitas coisas e que agiu por instinto.
– É muito rápido, tudo acontece numa fração de segundos. Eu estava a
80km/h mais ou menos, ouvindo música, tranquila e na hora que vi tive
medo pela violência da abordagem. Depois que contei o caso na minha rede
social, recebi diversas mensagens e pessoas dizendo que também passaram
pela mesma situação, mas que pararam e tiveram o carro levado pelos
bandidos. Eu não parei porque não sabia o que podia acontecer. Achei que
eles fossem me matar, se fosse só o carro eu teria parado – disse ela,
que completou: “Mas o que mais me assustou foi a faixa etária daquelas
pessoas. Eram adolescentes, muito jovens. Tinham aparência de 17 anos e
segurando armas, uma parecia uma metralhadora, outra uma espingarda, e
muitos com revólveres”.
Ao ser questionada se fez o boletim de ocorrência numa delegacia da
Polícia Civil sobre o ataque, a professora disse que não realizou até
pela abordagem policial feita no dia do caso.
– Eles chegaram e perguntaram onde tinha sido, disseram que ali era
perigoso, mas não nos orientaram. Não os culpo, porque é difícil
trabalhar sem pagamento, ter empenho num estado falido e principalmente
sem aporte. Eles trabalham sem condições de estarem ali – opinou.
Fabíola ainda disse que daqui para frente não pensa em utilizar mais o Arco Metropolitano.
– Voltei para casa às 7h da manhã sem passar por lá, e agora Arco
Metropolitano nunca mais. É uma pena porque é uma ótima estrada, com
relação ao asfalto, não há o congestionamento de uma Rio-Niterói ou
Linha Vermelha, mas é melhor isso do que passar por essa situação mais
uma vez. Infelizmente é uma estrada que está abandonada. O asfalto é
ótimo, um tapete, mas não vale o risco. Nem mesmo sinal de celular há em
alguns trechos. Nós conseguimos chamar a polícia quando deu sinal,
porque na maior parte não tem – relatou ela que espera que a sua
história sirva de alerta para outros.
– Espero que a minha história sirva de alerta para outras pessoas.
Antes de passar por isso eu já ouvia, mas não dava valor. Mas foi algo
assustador, cena de filme – finalizou.
Medo e falta de estrutura derrubam tráfego no Arco
A falta de segurança na estrada é motivo para que muitos motoristas
evitem utilizar a rodovia, mesmo estando com o asfalto em excelentes
condições e não havendo registros de engarrafamentos como outras.
Inaugurada em 2014, a previsão era que o local recebesse em média 30 mil
veículos por dia. A estimativa atual é que apenas seis mil veículos
trafeguem pelo Arco Metropolitano.
Além da insegurança, os motoristas não contam com pontos de apoio ou
telefones de socorro, postos de combustíveis nos 71 quilômetros de
extensão da rodovia e até mesmo, como citou a professora Fabíola, sinal
de celular na maior parte dos trechos.
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Em Uma rede social a Fabíola relatou tudo que passou. Confira
"Ainda não consegui relaxar devido ao que eu e meu marido José Paulo,
passamos por volta das 17h ao viajar pelo Arco Metropolitano, numa
aparente viagem tranquila, ali entre Japeri e Engenheiro Pedreira, do
nada saíram do meio do mato entre 8 a 10 bandidos, todos fortemente
armados, partiram pra cima do nosso carro, entrando na frente e atirando
muitoooo, nós não tivemos nem a oportunidade de de repente voltar mesmo
que na contra mão, só tínhamos duas saídas ou passar por eles assumindo
o risco ou parar e sem a menor chance de vida dado a violência da
abordagem, então o meu marido falava pra mim, que estava ao volante,
acelera Fabiola não para, acelera. ... eu em fração de segundos mantive
minhas mãos firme ao volante, me abaixei pra sair da direção das armas e
acelerei tudo que pude, antes, quando eles ainda estavam a frente do
carro, eles começaram a atirar em nossa direção, conseguimos atravessar a
barreira do bando foi quando eles mandaram muitos tiros na traseira do
carro. Conseguimos nos deslocar por mais ou menos 1km, mas um tiro
atingiu o pneu da frente e outro os fundos do carona, o pneu esfacelou e
chegou ao aro, o carro não respondia aos comandos, descemos correndo e a
gente só queria trocar o pneu rápido e sair dali pois temíamos que os
bandidos nos perseguisse, depois chegou a polícia e nos acalmou um
pouco. .. Em fim quero aqui dizer que nunca achei que pudesse passar por
uma situação tão traumática, com risco de morte ali tão real. Somos, eu
e Zé Paulo, só gratidão a Deus, que mais uma vez nos concedeu um
verdadeiro livramento. Quero aqui contando o que aconteceu comigo e Zé
Paulo dizer a todos vocês sem nenhuma resolva. não passe pelo arco
metropolitano, caso tenha amor pela vida de vocês. Por Favor
compartilhem este recado, pois ninguém merece passar sobre o que
passamos, a nossa vida vale muito mais que isso, graças a Deus estamos
vivos." finalizou.