sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Inaugurada Ponte Estaiada na Ilha do Fundão

Com 780 metros de extensão, deve receber 1.800 veículos no horário de pico

Milhares de pessoas que frequentam diariamente a Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, ganharam, a partir de agora, uma saída alternativa para a cidade. A Ponte do Saber, a primeira estaiada no estado, foi inaugurada, nesta sexta-feira (17/2), pelo governador Sérgio Cabral. A ponte liga a ilha com a Linha Vermelha, em frente ao Canal do Cunha. Até agora, os veículos chegavam à via expressa e à Avenida Brasil por apenas um caminho, na altura da entrada da Ilha do Governador.

A nova ponte vai desafogar o trânsito na saída da Cidade Universitária no momento de pico. Cerca de 25 mil veículos por dia devem cruzar o Canal do Fundão pela ponte, reduzindo em 60% o número de carros que trafegam na Ilha do Fundão na hora de rush e diminuindo em mais de uma hora o tempo para deixar o Fundão. O governador destacou os benefícios da obra.

– Esta obra vai permitir uma evolução muito grande para a cidade. É uma ponte que liga uma ilha do saber, a Ilha do Fundão, que tem vários laboratórios instalados, renomados cientistas, milhares de trabalhadores e estudantes, enfim, uma comunidade inteira envolvida com o conhecimento, com o restante da cidade de forma mais fácil e rápida - disse Sérgio Cabral.

Além de cartão postal, a nova ponte é, segundo o governador, o símbolo do início do processo de pacificação dos complexos da Maré, Manguinhos e Jacarezinho. Essas comunidades vão se juntar dentro de pouco tempo aos complexos da Penha e do Alemão, já pacificados.

A passagem tem um vão livre de 200 metros, 96 metros de altura na parte mais elevada e uma extensão de 780 metros. A ponte é suspensa por 15 estais frontais e seis de retaguarda. Os cabos de sustentação metálicos são ancorados em um único pilar.

A construção da Ponte do Saber faz parte do plano diretor da UFRJ. A universidade solicitou, há cerca de dois anos, a inclusão da obra no Programa de Revitalização do Canal do Fundão. O projeto é de responsabilidade da Secretaria do Ambiente e financiado com recursos da Petrobras, no valor de R$ 320 milhões.

Segundo o secretário do Ambiente, Carlos Minc, as várias obras em andamento vão mudar o aspecto negativo da entrada do Rio, acabando com o passivo ambiental que causava mau cheiro e era um anticartão postal.

– A dragagem vai melhorar a pesca e a navegabilidade do Canal do Fundão, além de recuperar os estaleiros Riomar, antigo Caneco, e o Inhaúma, ex- Ishikawagima, que vai ser operado pela Petrobras, e criar mais de quatro mil novos empregos – justificou Minc.

O plano prevê a dragagem de mais de 3,5 mil metros cúbicos de material, aprofundando o leito do Canal do Fundão em quatro metros e da área dos estaleiros em sete metros, o que vai permitir a navegação de embarcações de grande calado. Também foram recuperadas 180 mil plantas dos manguezais e plantadas outras 140 mil mudas.

Segundo Minc, a Vila Residencial da UFRJ, onde vivem 1,7 mil pessoas, foi revitalizada pelo programa, com pavimentação e implantação de rede de distribuição de água e de troncos coletores de esgotos, ligados à Estação de Tratamento (ETE) Alegria, no Caju, o que evitará o despejo in natura de mais de 300 mil litros de dejetos na Baía de Guanabara. Também foram reforçados os pilares de sustentação de todas as pontes sobre o Canal do Fundão.

– E, com recursos da Secretaria do Ambiente, vamos implantar ainda três pequenos cais ao longo do Canal do Fundão para os pescadores do Complexo da Maré. O mar agora vai estar pra peixe – garantiu Minc.

Também participaram da inauguração o vice-governador e coordenador executivo de Infraestrutura, Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Antônio Levi da Conceição, entre outras autoridades e convidados, entre eles o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta.



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