domingo, 27 de março de 2011

Trecho sul está longe dos padrões das rodovias, diz especialista

Projeto mais importante de infra-estrutura da região metropolitana de São Paulo, o Trecho Sul do rodoanel completa na próxima quarta-feira (30/3) um ano de existência com as obras ainda incompletas (foi entregue pelo então governador José Serra no dia 30, mas foi aberto para o transito no dia 1º de abril). Com investimento de R$ 4,86 bilhões, o sistema viário representa um importante acesso da região do ABC às principais rodovias do Estado.

De acordo com a professora de planejamento urbano e transportes da UFABC (Universidade Federal do ABC), Silvana Maria Zioni, há duas situações a serem discutidas quando se faz o balanço do ano. A primeira é o fato de que o Trecho de São Bernardo está integrado a uma estrutura viária e tem suas interligações ainda muito confusas. A outra é que o percurso possui uma série de desvios e problemas de sinalização, iluminação, cobertura de rastreamento e policiamento.

“É de se espantar que após um ano a obra continua interminada e com vários problemas. A via praticamente não tem sinalização e as que têm estão equivocadas. Não é esse o padrão das rodovias paulistas. A Dersa está boicotando o Rodoanel”, afirma a professora. A concessionária Dersa era responsável pelas obras do Rodoanel até 10 de março, quando passou a responsabilidade da operação para a SPMar.

Ponto Positivo

Apesar de todos os problemas, o sistema viário facilitou a reorganização do trânsito e implantação do pátio da ecovias e de centros logísticos. “O Rodoanel não foi o motivo principal desse desenvolvimento porque a implantação desses centros logísticos já era algo previsto, no entanto, facilitou o processo”, explica a professora.

Mauá

Para Silvana, a obra no município de Mauá deveria ser melhor planejada pois, o impacto sobre a população foi assustador. “A obra praticamente se derrubou sobre o município. Mauá tem potencial de desenvolvimento, é um município estratégico principalmente pela ligação com a zona leste da capital paulista”, afirma. De acordo com a professora, trechos da obra passaram por cima do bairro Oratório o que forçou o deslocamento da população e traz sérias conseqüências até hoje para quem mora lá.

Histórico

Com 61,4 km de extensão, a obra iniciada em 19 de setembro de 2006 e finalizada em março de 2010 representa investimentos de quase R$ 5 bilhões, incluindo construção, desapropriações, reassentamentos e compensações ambientais.

Concebida como opção ágil para o acesso dos veículos de passagem pela Região Metropolitana de São Paulo para outras rodovias que cortam a cidade, o Trecho Sul é o segundo a sair do papel, em todo o projeto do Rodoanel, que ainda prevê os trechos Leste e Norte, completando a interligação de todas as rodovias que cortam São Paulo: Dutra, Ayrton Senna, Fernão Dias, Régis Bittencourt, Castelo Branco, Raposo Tavares, Bandeirantes, Anhanguera, Anchieta e Imigrantes.

O Trecho Sul é conectado ao Trecho Oeste e suas rodovias interligadas ao ABC, ao Sistema Anchieta Imigrantes e ao Porto de Santos.A velocidade máxima permitida é de 100 km/h para veículos leves e 80 km/h para veículos pesados. Cabe destacar ao motorista que, no traçado, não há postos de gasolina. (Colaborou Carolina Neves)



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