quinta-feira, 31 de março de 2011

Preço do etanol vai começar a cair nos próximos dias, diz Unica

Queda deverá acontecer com entrada da próxima safra da cana-de-açúcar.
Álcool deve ganhar competitividade a partir da 2º quinzena de abril.

Marcos Jank, presidente da Unica (Foto: Darlan Alvarenga/G1) 
Marcos Jank, presidente da Unica
(Foto: Darlan Alvarenga/G1)
O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, afirmou nesta quinta-feira (31) que os preços do etanol devem começar a cair já nos próximo dias com o início da moagem da safra 2011/2012.
“Nos próximos dias, com a entrada da próxima safra [da cana-de-açúcar], os preços vão cair, sem dúvida nenhuma, mas a flutuação continuará sendo muito forte”, declarou.

Segundo ele, o álcool hidratado deve ganhar maior competitividade a partir da segunda quinzena de abril. “Já temos 46 unidades produzindo e acreditamos que até meados de abril teremos 60% das usinas do país em moagem”. Para a Unica, abastecer com etanol será novamente mais vantajoso a partir de maio, quando a moagem da cana-de-açúcar já estiver a pleno vapor.
Jank destacou que a demanda do etanol cresce a um ritmo maior do que a oferta e nega que o desequilíbrio seja provocado pela migração da produção de etanol para açúcar. “A migração que houve foi de apenas 4% a 5% da produção de cana. O problema é que vínhamos crescendo a 10% ao ano até 2008 e passamos a crescer apenas 3%. Temos que produzir mais cana para fazer tanto etanol quanto açúcar”.
Segundo o diretor técnico da entidade, Antonio Pádua Rodrigues, a alta do preço do açúcar permitiu recuperar os prejuízos das últimas safras e que está ajudando a financiar projetos de aumento da produtividade de cana. "As usinas tiveram que montar fábricas de açúcar para não quebrar", disse.
Para ele, entretanto, o cenário projetado para o ano de 2011 é de menor volatilidade para o preço do etanol. Embora ressalte que ainda não dê para prever o comportamento do mercado até o término do ano, Pádua acredita que o preço varie menos que nas últimas duas safras.

Preço da gasolina

O presidente da Unica também atribuiu ao controle do preço da gasolina a perda de competitividade do etanol nos últimos meses. “A flutuação do preço do etanol aqui no Brasil é bem inferior ao preço do petróleo lá fora. Se a gasolina refletisse o preço do petróleo no mercado internacional, também haveria muita reclamação em relação à flutuação dos preços”.
Segundo Jank, em razão do preço da gasolina ser controlado pela Petrobras, o preço do combustível está estável desde 2005.

“A flutuação do preço do etanol é bem inferior ao preço do petróleo lá fora. Se a gasolina refletisse o preço do petróleo no mercado internacional, também haveria muita reclamação em relação à flutuação dos preços"
Marcos Jank, presidente da Unica
Caso não ocorram novos investimentos na produção de cana-de-açúcar, a Unica prevê déficit de 200 milhões de toneladas de cana de açúcar na safra 2015/2016 e de cerca de 400 milhões de toneladas em 2020/2021. A previsão leva em conta a manutenção do atual nível de crescimento da demanda. “Trata-se de uma crise estrutural”, disse o presidente da entidade.
Apesar de a quantidade de moagem de  cana-de-açúcar ter dobrado no período de 2002 a 2008, o incremento na produção de etanol nos últimos anos ficou abaixo da demanda gerada pelo aumento do número de veículos flex.

"Nós chegamos a atender 90% da frota flex. No ano passado atendemos 50%. A projeção desse ano é de 45% e se nada for feito estamos falando em 37% em 2020", destacou o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

Produção de etanolA entidade disse nesta quinta que a produção de etanol na safra 2011/2012 deverá atingir 25,51 bilhões de litros, um aumento de 0,52% em relação à ultima safra. De acordo com estimativa da Unica, a moagem do pau prevista para a nova safra, que começa oficialmente em abril, é de 568,50 milhões de toneladas, crescimento de 2,11% em relação ao total processado na safra anterior.
Para que o país possa ter um novo ciclo de crescimento da produção, a Unica defende investimentos em novas unidades produtore, além de incentivos e políticas que deem maior competitividade ao etanol como menor tributação, investimentos em infraestrutura e em tecnologia que elevem a eficiência dos motores flex.







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